O essencial

Ando apertando o tempo que me resta

Para ver, sentir e ouvir sem deixar de viver

Até porque, quando achava que tinha mais tempo

Corria no que não devia porque me abstraia com esse meu correr

Ainda poderia me preocupar com os atuais desperdícios

Com este estágio intrínseco ao meu jeito de ser

E me recriminar por não ser mais astuto

E não ter atributos a desenvolver

Mas se parar eu caio

Se for detalhista eu detenho a vista e não vejo geral

Se generalista eu falho

...E aí me atrapalho com o eventual

Por isso preme o fácil

O descomplicado, simples e natural

O viver sem frescuras

O que se configura como essencial