PERMANECER
Não posso ficar, sei que não posso!
Dos dias já só me restam os crepúsculos,
E os meus passos, no Universo, são tão minúsculos,
Que deles perco o trilho inverso, e é mero esforço
Esperar que a Vida, no vale profundo que me espera,
Me pegue em braços, condescendente, como a criança,
E me atravesse, do rio a vau, em vã tardança
Do desistir de alcançar outra primavera
Onde eu possa refazer o fado que não rimei
E construir o forte aceso por brilho próprio
Que só em sonhos eu fiz de aço e temperei...
Ficar, sei que não posso, e é meu opróbrio
Desler-me em versos que ainda teimo em escrever...
Ah, se eu pudesse, ao menos... PERMANECER!...
Não posso ficar, sei que não posso!
Dos dias já só me restam os crepúsculos,
E os meus passos, no Universo, são tão minúsculos,
Que deles perco o trilho inverso, e é mero esforço
Esperar que a Vida, no vale profundo que me espera,
Me pegue em braços, condescendente, como a criança,
E me atravesse, do rio a vau, em vã tardança
Do desistir de alcançar outra primavera
Onde eu possa refazer o fado que não rimei
E construir o forte aceso por brilho próprio
Que só em sonhos eu fiz de aço e temperei...
Ficar, sei que não posso, e é meu opróbrio
Desler-me em versos que ainda teimo em escrever...
Ah, se eu pudesse, ao menos... PERMANECER!...