Desafio

Minha fome não alimenta minha alma.

Meu jejum prejudica meu juízo.

Meu sacrifício anuvia meu pensamento

e minha pregação não tem valor algum.

Não concebo libertação

sem o vigor de minhas capacidades.

Quero minha geração na plenitude de sua força

e com a saúde de corpo e espírito

para fugir conscientemente

da inconsciência servil que lhe pariu.

Minha geração,

hábil no questionar,

ferrenha no desafio.

= Observação =

Esta é uma poesia de adolescência; a escrevi pensando em uma "suposta" geração... mas hoje nem sei mais defini-la.

É melhor pensarmos em um estado de espírito coletivo, algo mais atemporal.

Seja como for, penso que se trate agora de uma projeção para o futuro, e não o retrato de uma época.