Verdades
Verdades
Que gritos que no vento não ecoam?
Que vozes que, plantadas, não semeiam?
Colhendo o fruto insípido, o silêncio,
Insistem duvidar que já não creiam.
Que bocas que, cansadas, já se calam
Ouvindo o grito de uma alma castrada,
Os brados da Verdade que, engasgada,
Sabendo dar em nada, já os calam?
Que mentes que, sem paz, já ensurdecem,
Sentindo a dor no peito, então se matam?
Disfarçam mas, no fundo, se entristecem.
Pois, mesmo as dores que não adormecem,
Contêm verdades que não se relatam.
E mesmo as que se calam, não se esquecem.
(Djalma Silveira)