A vida não tem cura*
Não nos dá opções exatas.
Somos espectadores de um show que não termina.
Em alguns momentos possuímos mãos em excesso
em outros momentos, nem dedos possuímos.
Não há cura por viver.
Todas as dores são obrigatórias,
todas as despedidas são aleatórias,
todas as chegadas são passageiras.
A bagagem é apenas um peso
porque o caminho, apesar de curto,
dá-nos a possibilidade da posse.
Possuímos as rugas trajetórias,
os gestos sistemáticos, o grito camuflado
e o desejo de sempre estender.
Queremos mais do que podemos...
Um alongamento da juventude talvez?
Ou seria uma cura para a vida,
essa vida, a que não queremos viver?
Não há cura para a vida.
No entanto, não há razão para não viver...
Quero dessa vida, que não há cura
apenas e tão somente,
uma boa tragada de viver!
* O título do poema foi retirado do perfil da escritora Rose Stteffen.