Sombras...
Sombras cegas tentam guiar,
Tentam atingir, conseguem culpar...
Seus tentáculos esfaimados por vingança
Não sabem sequer a quem ferir...
Desconhecem que a Verdade as alcança
E lhes revela que não podem existir...
Sombras, criaturas infelizes...
Esquecem que os sábios são aprendizes,
Pois aqueles que julgam saber tudo,
Um dia não terão o que perguntar, estarão mudos...
E é tão triste o silêncio como companhia,
Tão miserável para si essa agonia...
Sombras, tão frágil é teu telhado,
Tão passageiro e ilusório teu estado...
Ah, soubésseis que teu destino é o nada,
Pudesses entender que estás prestes a descer a escada...
Quando derramas sobre o culpado
O frio da tua violência oculta pelo invisível,
Faz apenas inocentá-lo de ser condenado,
Pois ao amor Maior essa tarefa é possível...
Ah, sombras... Quão tolas são suas idéias,
Reúnem-se tais quais lobos em alcatéias
E se imaginam fortes, poderosas...
Um dia descobrirão que são onerosas
Essas tuas investidas sangrentas
E que terão de pagá-las, não estarão isentas...
Não poderão falar em misericórdia,
Pois não a semeiam, não a colherão.
Colherão sim os espinhos da discórdia
E os sentirão cravar em vosso coração.
Então virá a dor, a dor pungente, dilacerante,
Essa é que irá levá-las adiante e diante,
Diante da descoberta de que existem
Porque são filhas da Luz...
E sem ela, a Luz, vocês não existiriam,
Ela lhes perguntará por que não desistem
E se voltam para o caminho que conduz
Ao lugar onde as forças do Bem irradiam.
Sua resposta será decisiva,
Ela tornará permissiva
A chance para que o Alto lhe arranque das mãos
A espada com que ferem teus irmãos...
É uma oportunidade que não devem perder,
É a oportunidade única de voltar a viver...