EU (Segundo o reflexo de meus versos) - Retrô

A escrita em linhas retas, de uma mão confusa;

A luz que brilha com fulgor e timidez, na despercebida sombra;

De suas próprias pretensões, uma ronda obtusa;

Moeda de modesto valor, um lado que deslumbra, outro que assombra!

Imensidade imaginativa, residente em ignoto gênio;

Razão imaterial dos tantos e imarcescíveis sonhares;

Edifício de muitos andares, sob constantes incêndios;

Visão minúscula de si mesmo, ante a mira de seus próprios olhares!

Niilismo incontrolável, acerca de seus próprios superlativismos;

Podadeira que arranca todos os dias as raízes do narcisismo;

Voluntária bandeira de todos os seus tantos idealismos;

Sentenças verdadeiras, que se travestem de cinismo!

Águas mornas para o frio feminino, sempre ausente ao controle de seu dique;

Pássaro que perece e se recusa a comer, quando preso à gaiola;

Páginas em branco para o ódio, ainda que nela algo se risque;

Barco que naufraga em mar de lágrimas, quando o leme se descontrola!

Incerta feição que grita infantilmente, para os surdos ouvirem;

Alma que ama intensamente, perdão talhado em taças de cristal;

A inquietação sem final, pássaros que dentro de si sobrevivem;

Águia na esperança, gavião na paixão, no amor um pardal!!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 02/06/2009
Código do texto: T1628261
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