EU (Segundo o reflexo de meus versos) - Retrô
A escrita em linhas retas, de uma mão confusa;
A luz que brilha com fulgor e timidez, na despercebida sombra;
De suas próprias pretensões, uma ronda obtusa;
Moeda de modesto valor, um lado que deslumbra, outro que assombra!
Imensidade imaginativa, residente em ignoto gênio;
Razão imaterial dos tantos e imarcescíveis sonhares;
Edifício de muitos andares, sob constantes incêndios;
Visão minúscula de si mesmo, ante a mira de seus próprios olhares!
Niilismo incontrolável, acerca de seus próprios superlativismos;
Podadeira que arranca todos os dias as raízes do narcisismo;
Voluntária bandeira de todos os seus tantos idealismos;
Sentenças verdadeiras, que se travestem de cinismo!
Águas mornas para o frio feminino, sempre ausente ao controle de seu dique;
Pássaro que perece e se recusa a comer, quando preso à gaiola;
Páginas em branco para o ódio, ainda que nela algo se risque;
Barco que naufraga em mar de lágrimas, quando o leme se descontrola!
Incerta feição que grita infantilmente, para os surdos ouvirem;
Alma que ama intensamente, perdão talhado em taças de cristal;
A inquietação sem final, pássaros que dentro de si sobrevivem;
Águia na esperança, gavião na paixão, no amor um pardal!!