Uma Falsa Pureza

Onde estará meu chão umedecido,

Que brota em campos virgens e cheirosos

De aroma macio por seu colorido,

No seio da mata... tão fervorosa!

Onde repousará o passarinho?

Nas belas tardes vai cantarolando,

Em meio à fumaça, procura um ninho;

Mesmo assim, permanece assoviando.

É que hoje vivemos tempos injustos,

Comemos migalhas de velhos pães

E sentimos pena dos impolutos.

Os homens, denominados ilustres,

Nada fazem e honestos são os cães,

Tal como o povo, nas mãos dos abutres.