SOBRAS DE ALMA
Sobra-me na alma
um espaço maldito
onde guardo o não dito,
o não feito,
o não cumprido.
Pesa-me esse vácuo
tanto que não consigo
elevar meus passos
ao sentir inócuo
da serenidade...
Sei que deixo traços
de tardas grilhetas,
a denunciar-me o medo,
a trair-me a vontade,
a incriminar-me
pelo espaço que cedo
na minha alma oca
tão cheia de todo,
tão vazia de tudo...
Já não me iludo:
no limbo de Ser
só me resta viver...
no lodo.
Sobra-me na alma
um espaço maldito
onde guardo o não dito,
o não feito,
o não cumprido.
Pesa-me esse vácuo
tanto que não consigo
elevar meus passos
ao sentir inócuo
da serenidade...
Sei que deixo traços
de tardas grilhetas,
a denunciar-me o medo,
a trair-me a vontade,
a incriminar-me
pelo espaço que cedo
na minha alma oca
tão cheia de todo,
tão vazia de tudo...
Já não me iludo:
no limbo de Ser
só me resta viver...
no lodo.