O homem da boiada
O homem da boiada me contou
Uma história muito estranha
Que descia nas entranhas
Que a gente naufragou
Disse ainda sem remorso
De um canto submerso
Em um templo no futuro
Que o tempo relembrou
Tinha pastos sem animais
Gente sem vegetais
E estrada tão sem vida
Que a própria ferida
Dali se exilou
As arvores tão frondosas
Em outras bandas do lugar
No templo da estiagem
Tinha até uma margem
Do rio que não é de lá
E no templo do obscuro
Bem colado, junto ao muro
Tinha até um ser humano
Profanando o amor do escuro
O homem da boiada me levou
Em uma casa já sedenta
Com gente avarenta
De uma morte lenta
Tem olhar e nariz
E uma funda cicatriz
Que o homem da boiada
Fugiu como um infeliz
O homem da boiada me contou
Uma história muito estranha
Que descia nas entranhas
Que a gente naufragou
Disse ainda sem remorso
De um canto submerso
Em um templo no futuro
Que o tempo relembrou
Tinha pastos sem animais
Gente sem vegetais
E estrada tão sem vida
Que a própria ferida
Dali se exilou
As arvores tão frondosas
Em outras bandas do lugar
No templo da estiagem
Tinha até uma margem
Do rio que não é de lá
E no templo do obscuro
Bem colado, junto ao muro
Tinha até um ser humano
Profanando o amor do escuro
O homem da boiada me levou
Em uma casa já sedenta
Com gente avarenta
De uma morte lenta
Tem olhar e nariz
E uma funda cicatriz
Que o homem da boiada
Fugiu como um infeliz