Doador

Foi tão difícil, que quase não consegui, foi tão doido, que até me ofendi. Sabe e tão dura a perda de alguém que amamos, de alguém que sempre nas manhas ao seu lado acordamos e nas tardes por seu abraço ansiosos aguardamos e de repente, não se tem mais. Tudo se acaba, como num rápido piscar de olhos, saber que ao seu lado não mais haverá manhas e nas tardes em vão vou lhe esperar. O Deus como e difícil esta missão de aprender a amar alguém, que de repente vai embora e deixa esta saudade que rascando o peito da gente. No primeiro momento não se quer acreditar, buscamos motivos e chegamos ate odiar, depois a realidade, o vazio o desanimo e as vezes sentimos vontade de nos matar, acreditando que assim o ente querido vamos encontrar. E foi nas primeiras horas que vocês me aparecerão, o ódio era meu maior sentimento e a existência de Deus, vagava duvidosamente me ferido ainda mais por dentro. Como pensar na dor de alguém, e eu, e eu, eu tinha perdido parte de minha vida. Um motorista bêbado e inconseqüente havia quebrado todos os elos daquela corrente e o meu amor, aquela por quem num simples toque meu sangue fervia, estava inerte deitada numa maca fria. Não queria entender, não quis aceitar e a dor dos outros, “pensei”, não iria a minha aliviar, me recusei e nem quis escutar, que uma simples decisão minha, outras vidas podia salvar, e no egoísmo de minha dor, sem dar ouvidos a razão eu disse não. E naquela cova escura muito mais que um corpo, enterrei esperanças, enterrei outras vidas e hoje arrependido consigo entender, que mesmo a morte vida pode trazer. e hoje, meu amor ainda viva estaria, nas cores que seus olhos a outro mostraria, seu coração para outro peito vida daria e sangue puro em outras veias correria. E muito mais que pó de uma forma especial em cada vida salva meu amor viva estaria. Mas você pode como eu se arrepender e fazer da tristeza da morte, motivo para tantos viver, pense não deixe outras vidas padecer.

Por: Orlando