A ARMA DO POETA
As palavras que escrevemos,
partem de nós como lanças,
fazendo na brisa a dança do porquê,
e difundem no ar ou na mente a divagar,
rastros de tristeza, alegria, raiva ou esperança,
ao incauto visitante que nos lê;
no entanto, para nosso deleite e encanto,
os frágeis versos que fazemos,
ficam plantados na mais sutil lembrança,
tais quais brinquedos de criança,
ou um jardim de flores cultivadas no íntimo quintal,
que o leitor colhe, cheira, pega e usa quando precisa,
conforme sopra a dança anterior feita na brisa,
como roupas limpas, expostas ao sol, secas no varal.