O brilho que restou
Acho que sei por onde começar
O violino voltou a tocar
Dessa vez os acordes tocaram diferentes
A canção da solidão
Invadiu o meu coração
Deixando boa parte de mim doente
Quem é você que amaldiçoa o meu presente?
Aprisionando a criança onipotente
Vago como uma alma penada
Em sonhos vejo cenas de uma vida passada
É assim desde quem me entendo
O tempo não para
E mesmo que parasse não mudaria em nada
As imagens que visitam os meus pensamentos
Causam-me indagações
Vejo uma bela moça que é inexplicável aos meus olhares
Ela me trás boas sensações
Nunca a vi e não me recordo se cheguei a conhecê-la
É como fossemos mais do que conhecidos
Será que fui feliz antes de reencarnar nesse corpo maltratado?
Talvez sim, pois se não fosse
Eu não sentiria tanta culpa
O meu amor de certa despertou a ira dos invejosos
Então pondo-se a amostra
Trancaram-me em um quarto isolado
À sete chaves atrás de uma enorme porta
Deixando-me onde estou
Para que eu pudesse desfrutar somente do brilho
Que hoje é a única coisa que me restou.