O brilho que restou

Acho que sei por onde começar

O violino voltou a tocar

Dessa vez os acordes tocaram diferentes

A canção da solidão

Invadiu o meu coração

Deixando boa parte de mim doente

Quem é você que amaldiçoa o meu presente?

Aprisionando a criança onipotente

Vago como uma alma penada

Em sonhos vejo cenas de uma vida passada

É assim desde quem me entendo

O tempo não para

E mesmo que parasse não mudaria em nada

As imagens que visitam os meus pensamentos

Causam-me indagações

Vejo uma bela moça que é inexplicável aos meus olhares

Ela me trás boas sensações

Nunca a vi e não me recordo se cheguei a conhecê-la

É como fossemos mais do que conhecidos

Será que fui feliz antes de reencarnar nesse corpo maltratado?

Talvez sim, pois se não fosse

Eu não sentiria tanta culpa

O meu amor de certa despertou a ira dos invejosos

Então pondo-se a amostra

Trancaram-me em um quarto isolado

À sete chaves atrás de uma enorme porta

Deixando-me onde estou

Para que eu pudesse desfrutar somente do brilho

Que hoje é a única coisa que me restou.

DiaNublado
Enviado por DiaNublado em 25/04/2009
Reeditado em 25/04/2009
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