A ÓRBITA DA INSANIDADE
ELA, QUANDO NÃO SEMEIA JARDINS DE FENECIMENTO,
MUTILA, CARCOME E SOÇOBRA
A CAPACIDADE DE SONHAR:
SER O ETÉREO VENTO
QUE TRILHA, INCANÇAVELMENTE,
A ALAMEDA DO SERENO SOL DA AURORA,
DA VIDA RECRUDESCENDO.
ELA
ERIGE VÓRTICES, VAGAS, VAGALHÕES
PARA QUEBRANTAR E DEBILITAR
A INÉRCIA DOS MOVIMENTOS IMPÁVIDOS:
TRANSFORMA-A EM FISSÕES, VIDROS,
NAUFRÁGIOS, ANDRAJOS, BALA
QUE CONDUZ A ALEGRIA
AO SEPULCRO DA CONCÓRDIA, DA RAZÃO E DA EMOÇÃO:
AVENIDAS QUE PAVIMENTAM
O CÓSMICO MOSTRUÁRIO MORTUÁRIO
DA RAQUÍTICA SEQUIDÃO!
ELA DERRAMA ORVALHOS DE DUREZA
SOBRE A VIDA DAS PESSOAS:
A SENSIBILIDADE É VITIMADA PELA LEPRA,
TRANSMUDANDO SUAS ALMAS
EM INERTES MATÉRIAS.
ELA, AFINAL,
TRIUNFA E SUA SOBERBA
SE TORNA PLENA, UNA, ONIPOTENTE TEMPLO DE VILEZAS!
ENTÃO O SOL DO ALTRUÍSMO
SE FAZ PLENILÚNIO DO VÁCUO,
E DAS PESSOAS SÓ SOBRA
O IMPÉRIO DE DESTROÇOS, TRISTEZAS, ÓDIO RETESADO!
AH, AFINAL,
A RIQUEZA DO TECIDO DA VIDA
CEDE Á RAREFAÇÃO:
O TORNADO QUE ROÇAGAVA
OS POROS DA PELE COMO BRISA;
AGORA É DENSA SECURA, INCLEMENTE ARDÊNCIA,
A OSTENTAÇÃO DA MALÉVOLA LOUCURA,
A GRADAÇÃO DO VÉRVICO SERTÃO
QUE EMITE FOGO DA BOCA, DAS VÍSCERAS,
DO VENTRE, DAS VEIAS, DAS VENTAS!
JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA