ENTRE O PRAZER E O PECADO
Prazer – doce delírio – louco fruto,
De um lado o prazer tão cobiçado,
Em ritmo e sonho e desatino,
Mais um tropeço e peso a consciência
Insânia sangra a alma e coração...
Do gozo em gomo ao fruto que se morde
Delícia aos lábios – mel embriagante...
Edênica utopia assim mefítica
Pecado, a transgressão que flui e enleva
Qual droga viciante – desnorteia –
Nesse entontecimento descabido...
Um novo ser transforma-se, então...
A fina e tênue linha bamboleia,
Qual teia de aranha a presa é pega
É enredado nessa areia movediça,
E quanto mais se luta se afunda...
Nos laços do prazer, essa volúpia,
Um êxtase extremo que conforta,
Porém pairando ao lado o pecado
Ficando no tormento do ideal...
Então nessa neurose assim adâmica,
Impera tantas tolas fantasias,
Do que se deve ou não fazer
Perdendo-se, então, grandes princípios...
Buscando incessante a perfeição,
De um antigo lar de inocência,
O livre arbitro é tão disputado
No duo que se vai ao peito ardente...
E assim nesse viver em sombra e luz
O bom, às vezes mal, parece bem,
O bem, que é sempre bom, é rejeitado,
E o mau junto do mal pensa que é bom...
E a cobiça vem penetra ao peito,
E desce ao coração, chegando ao púbis
Tornado o adultério mais romântico,
E as taras parafílicas normais...
Prazer é dom sublime do divino,
Preenche todo corpo – aquece a alma
Na união da carne e alma então,
Aonde anjos louvam o milagre...
Daquela seclusão que nutre a vida
E assim, um novo ser se torna pólen
E flor par enfeitar o mundo vil
E transmitir – viver – os sentimentos...
Prazer que envolve tanto e que provoca
Pecado que transgride e atormenta,
No palco de fantoches onde reina
Aquela frágil lei “FIQUE A VONTADE”
– 29/03/09
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