OUTONO AUSTRAL




ao redor da casa há nuvens molhadas
olhos na penumbra distinguem águas
crendo em superfícies peroladas
água e terra se encontram sem mágoas

gotas que refletem luzes solitárias
chuvas de hoje com lágrimas antigas
flores entre as folhas solidárias
se entregam aos ventos em cantigas

sobras de ontem vão enchendo estradas
encontrando os termais agonizantes
dias e noites amenos  lançam chamadas
aos corpos que se unam em instantes

caem as gotas arrastando as luzes  
arrebatam folhas os sopros dos ares
meus braços aos teus conduzes
para que a mim aqueças e ampares.