FRIO

O frio exterior,é nada comparado ao frio que temos dentro

o frio da indiferença,

da insensatez,

do egoísmo possessivo

do torpor dos bêbados na sua nefasta bebedeira

o frio dos insensíveis,

dos psicopatas,

dos mesquinhos

o frio que sentem as flores no inverno

o frio do punhal que vive cravado e dilacera o peito frágil dos amantes

o frio da navalha na carne

o frio dos pobres de alma

podres de espírito

o frio dos mal-amados,

da desesperança,

da infância perdida

o frio pelo filho natimorto,

dos dentes da morte rondante,

da angústia dos amargurados

Mesmo que eu ande nu e meus pés descalços, pisem a parede úmida e fria da vida dos homens!

Nenhum frio será tão intenso, quanto ao frio de amar e não ser amado!

JOAO DE DEUS VIEIRA ALVES
Enviado por JOAO DE DEUS VIEIRA ALVES em 08/05/2006
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