Empreitada

Vai! Como a estrada a penetrar as densas matas

Como invasor de vastos verdes e clareiras

Onde a natureza rega e desabrocha

Onde a luz inunda a terra e os riachos

E onde as águas dos lagos o céu refletem

Vai! Mostra teu espírito de recruta sem medida

Mostra o caminho que desfaz na tua vida

Mostra a corrida que tu já saíste a frente

Esperes nada, nem ninguém, meu bem

E não se prenda a pessoas ou lugares

Vai! Que os teus pés não foram feitos para esse solo

E nem cabeças foram feitas para o teu colo

E nem as bocas foram feitas para a tua

Que dos teus lábios sairão grandes discursos

Que de verdades convencerão a mim e ao mundo

Vai! Mas não te traias pelo vão primeiro afago

Nem pelos rostos tão bonitos ao teu lado

Que esse fado há de carregar contigo

Pois de um sorriso não se faz um belo par

E tu não foste concebida para amar

Vai! Não te preocupes em decepcionar os outros

Que o que esperam de ti é muito pouco

É muito menos do que tens para nos dar

Que nunca foste uma pessoa mediana

Que te odiaram ou te amaram plenamente

Vai! E não se volte a esse ponto pífio e pobre

Que não há um que te valha a volta no pescoço

Pois é um brilho ofuscado por teu meio

Vai! E não te deixes corromper como já um dia

E quando alguém sentir saudade de teu seio

Há-de gritar, então, teu nome à ventania

Joao L Terrezo
Enviado por Joao L Terrezo em 30/03/2009
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