Apoteose

Estática com a caneta na mão eu debrucei os cotovelos no balcão.

E como se mantida sob hipnose, me deparei com uma magnifica apoteose:

Um olhar enigmático e declina, um fio de seu cabelo na pele fina.

O seu rosto inexpressivo atua, ludibriando os tantos curiosos pela rua,

Ninguém que a olhasse poderia decifrar, o tal mistério que ficou no ar...

A lua alva em seu corpo tateia, como brilhantes escamas de sereia,

Ao véu noturno cintilando a luz, cantando odes que ao mar conduz.

No monte a névoa tentando esconder, que é chegada a hora do alvorecer.

Mas o sol irradia e a noite finda, tornando a bela face ainda mais linda...

Orvalham as folhas em sua devoção e á seus pés se curva toda a criação,

A natureza exala o cheiro da manhã e sua boca um doce hálito de hortelã.

Perguntei-me, que ser neste universo imenso, teria em si perfume tão intenso?

Um retrato tão perfeito não pode ser humano

e assim a vi partir caminhando sobre o oceano...

Priscila Neves
Enviado por Priscila Neves em 27/03/2009
Código do texto: T1508225
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