MUDANÇAS
 
 
 
nos ventos, nas estações, no luar
em tudo, em todos, portas e veredas
acompanham os lábios dizendo o pensar
nas casas, ofícios e alamedas
 
em quimeras, desejos, num outro plano
manhã, tarde, noite, na madrugada
primaveras, infernos, verão outro ano
crianças, adultos, formatos do nada
 
festas, velórios, encontros, fronteiras
escolhem os hábitos e meu habitat
doenças e curas, lentas, ligeiras
nos atalhos, detalhes, pra nos adubar
 
tempos do todo escrevem histórias
determinam o possível alvorecer
remédios às vezes apagam memórias
passageiras perenes transitam meu ser
 
nas paixões permito todas as danças
pois os ciclos impõem fatais mudanças.