VIDAS DESPERDIÇADAS...

Diante de auschwitzs encapotados,

sistemas para os quais és seringa usada,

não é justo te indignares?

De norte a sul, inspetores-sentinela descem a chibata:

produzem refugos,

cavam abismos...

Tantas câmaras de gás num big brother infame:

não há responsáveis, só julgamentos,

é a Ordem, é o Progresso.

Nesse carro da estupidez assentam-se os de sempre,

prestam culto a mamom, falam de “infinitude”,

e dos caixas eletrônicos saem suas canções preferidas.

No maquinário financeiro não há razão no existir,

tudo é linha de montagem do lucro. És dispensável,

podes viver no depósito de dejetos.

Geração das aflições, com crachás abortivos,

cadáveres belos a caminho do lixão,

não é justo te indignares?