Tecendo o anoitecer.

Eu,

Tecido de sonho

Abro a cortina, descerro a beleza.

Coso pontinhos

de amor incrustado

em cristal, orvalhado.

Um manto de luz, recobre montanhas,

matizes dourados em raios espalha

o entardecer que seduz.

Rebordo o bordado em ponto de cruz,

com linha em novelos

que cruzam a cena.

Costuro uma estrela,

amarro-a em fitas.

Um laço no abraço

que a noite oferece

me prende ao botão

em ponto de fuga

e do sol me despeço,

fletindo a visão.

Encerro o dia,

zíper fechando o cenário

em doce poesia, magia.

Gaiô.