Possessão.
O espírito que vive em mim
Não gosta de cinema
Nem de atrizes superficiais,
Mas gosta de rock’n roll
De ver tudo que tem chance de ver
E carrega em si o desajeito do mundo
E a voz velha, baleada, de tantas noites,
E o vigor experiente dos tantos dias
E por isso mesmo,
Me faz caminhar ao esmo da vontade
Me descansando com a sua eterna certeza de viver.
É claro que ele está condenado a viver em mim pra sempre
E é natural que queira se aventurar de vez em quando
E, como se guiasse toda máquina do meu corpo
Eu o sigo, comoventemente aceito.
Minha única fuga, meu único não, é a poesia.