Nova Estação!

Assim, com folhas amarelecidas

se desprendendo dos galhos

pelo vento são levadas

beirando ruas, caminhos

invadindo calçadas,

passam diante dos meus olhos

a vida que em mim quis nascer.

São sinais do tempo,

marcadas pelo desgaste,

uma a uma são descoloridas

amadurecem e caem sem sentir e sem sentido.

Onde abundou brilho, cor, vida

agora empalidece sem viço.

Estou em pleno outono,

a primavera se foi com o verão,

o sol que aquecia com a lua que inebriava

deixaram meu jardim sem cor.

Não sei se darei frutos ainda,

ou quem sabe alguns que talvez não vingarão.

Minhas raízes enfraquecidas,

não são mais para me sustentar

como deveriam.

As tempestades e os ventos fortes,

lhe tiraram as forças.

Hoje, trocando de roupa, vestida de amarelo

me recolho, nutrindo o fruto que há de vir

mesmo sendo um só,

mesmo que de mim tire todo o viço,

produzirei, para adoçar e satisfazer

meu amor que nasceu de primavera.

Flor de Laranjeira
Enviado por Flor de Laranjeira em 20/03/2009
Reeditado em 10/01/2010
Código do texto: T1497114
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