Nova Estação!
Assim, com folhas amarelecidas
se desprendendo dos galhos
pelo vento são levadas
beirando ruas, caminhos
invadindo calçadas,
passam diante dos meus olhos
a vida que em mim quis nascer.
São sinais do tempo,
marcadas pelo desgaste,
uma a uma são descoloridas
amadurecem e caem sem sentir e sem sentido.
Onde abundou brilho, cor, vida
agora empalidece sem viço.
Estou em pleno outono,
a primavera se foi com o verão,
o sol que aquecia com a lua que inebriava
deixaram meu jardim sem cor.
Não sei se darei frutos ainda,
ou quem sabe alguns que talvez não vingarão.
Minhas raízes enfraquecidas,
não são mais para me sustentar
como deveriam.
As tempestades e os ventos fortes,
lhe tiraram as forças.
Hoje, trocando de roupa, vestida de amarelo
me recolho, nutrindo o fruto que há de vir
mesmo sendo um só,
mesmo que de mim tire todo o viço,
produzirei, para adoçar e satisfazer
meu amor que nasceu de primavera.