VAIS

Como uma louca

Pela noite fora

Procuras consolo

Junto de um qualquer

Que mande a tristeza embora

Vais

Cega

Pelo Universo

Apenas te guiando pelo rumor das estrelas

Que sabes em lugar ter paralelo

Vais

Sedenta por um amor

Que um dia julgaste ter

Nem que para o reaver

Te deixes abraçar de um qualquer

Vais

Solitária

Pela via da tua existência

Podias ter uma multidão à tua volta

Mas não tens, não aguentas a sua cadência

Que é o pulsar de tudo

O som da alma, o gemido do coração

Que és incapaz

De adicionar à tua solidão

Porque única nascente

Única decidiste hás de morrer

Nem que sofras só mil infernos

Porque já decidiste ter demasiado a perder

Mas não tens

Pois a única vitima da tua solitária cruzada

És tu

Cavaleira e serva

Dessa eterna batalha

Dado não te reveres juntos dos teus tais

Por isso não sabes realmente

Para onde realmente

Vais

Poema protegido pelos Direitos do Autor