Xadrez

Peão, Zé ninguém, fanfarrão

Pé rapado displicente

perito a armar confusão

estaca se lhe fazem frente.

O bispo tenta converter

com todos os argumentos

na diagonal a benzer

vai anotando os proventos

O cavalo monta e desmonta

cenários de perigo iminente

O seu Éle é uma afronta

implacável, contundente

A Torre na sua vigia

horizontal, vertical

vai fazendo a analogia

da táctica adicional

A Rainha é poderosa

tem feitio complicado

veste a pele de raposa

e o caldo está entornado

Já o Rei é um paz d'alma

no seu trono ateatrado

sabiamente leva à palma

quem lhe ataca o reinado.

O xadrez só é prisão

para quem for marginal

é um jogo de eleição

e estratégia colossal.

Gaspar Silva
Enviado por Gaspar Silva em 15/03/2009
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