Nada é perfeito
Passeei pela rua e observei numa vitrine exuberante
uma seda javanesa envolta num manequim pálido,
fui persuadida pelo pano, cor vinho, deslumbrante!
Cheio de desenhos abstratos, levemente bordados...
Conduzi-me a uma vendedora, pedi para tocar o tecido.
Ela o trouxe e o mostrava atribuindo inúmeras qualidades.
Fiquei impressionada o quanto me encantei por um pano apenas
jamais fui de me apegar com esses tipos de coisas, tão pequenas.
Achei, o tal pano, demasiado bonito.
Julguei-o perfeito, tamanho o encantamento,
mas com uma especulação profunda
aconteceu algo para o meu lamento...
Eu percebi desfiar no tecido
um fio, discreto, de seda colorido...
De perto e minuciosamente observado,
o tecido tinha falha, um fio desfiado.