LÍNGUAS CORTADAS

Escrevo sem parar para pensar!

Saia o que sair, que assim seja

E de bom tamanho estará...

O que me importa?

Se minhas idéias são tão vivas

E as ações, todas, nascem mortas?

Não preciso mais de palavras

Mas de atitudes claras,

Intensas, imensas

Atividades caladas,

Concluídas mudas,

Sem uma única letra!

Neste instante, tudo é claro...

Assim, aqui, em verdade,

Me declaro

Sem papas na línguas!

Porque as línguas

Já foram cortadas

E, fora da boca,

Retorcem-se,

Ensangüentadas,

Vertendo rimas

À míngua...