ELE CAÇAVA DEMÓNIOS

Porque muita coisa

Tinha a perder

A sanidade

Ou a falta dela

Vivia no limbo

E de tudo se queria esquecer

Ele caçava demónios

À beira do mar

Nas ondas sem tamanho

Eram o local

Onde ele sabia os ir encontrar

Ele caçava demónios

Ali ou em qualquer lugar

A qualquer hora

Ouvia esse rumor do nada

Que o queria alienar

Ele caçava demónios

Mas nada lhe levariam

Pois ele nada tinha

A não ser os seus sonhos

Que os pesadelos nunca venceriam

Porque todos os dias

Estes morriam

Estes voltavam a nascer

Pois era na alma

Com quem ele se cruzava

Que morava o seu crer

E por isso

Por uma questão de gratidão

Ele desanuviava-as

Devolvia o encanto das coisas belas

A ternura dum amor

Ou duma amizade

Coisas que valem a pena

Que vale a pena lutar pela eternidade

Para que a paz nunca nos abandone

Tenha em nós uma parte do Reino dos Céus

Os fantasmas são pois apenas acessórios

Duma vida

Que a tranquilidade sempre mereceu

E ele era apenas um agente

Da luz

Ele caçava demónios

Poema protegido pelos Direitos do Autor