POR UM PEDAÇO DE CÉU

O campo está deserto,
Pelo menos por enquanto,
Rostos rotos, cansados,
Olhares incertos,
Retornam aos seus recantos,
Feridos, desiludidos,
Inútil esforço despendido,
Foi longo o combate,
Numa guerra sem arte,
Foram porque mandaram,
Mandaram sem ser preciso,
Não sabem em quem; mas atiraram,
“Obedece quem tem juízo”?
É mundo cruel!
Quando isso vai mudar?
Por um pedaço de céu,
Cumprem o ofício de matar,
Vão nutrindo a avidez,
Embrutecendo a poesia,
Certos de que no próximo dia,
Um ou outro terá a sua vez;
De morrer pelo bem que se fez.