Ridículo?
Ridículo!
Como autômatos nojentos vagando sedentos
Na plenitude efêmera da busca de um-São
escusos da luz e amantes do brilho fugidio
Faço cada momento perecer novo
No novo!
De-novo o Concreto não reflete o brio no imenso frio
que encobre a cidade com nuvens Brancas
da miséria vivi-do Caos citadino
Sou Pó que Pedra se torna Morte
no quente açoite
na escuridão da noite nos frios dias
Penumbra-multidão de flagelos!
Cheiro e presença que incomoda
Vida que não se percebe...
Como Ratos roedores de fígado
Inflamados com um espinho envenenado no meio das costas
Vidas mortas andantes pelos becos...
Vielas sedenta de autômatos!
Mesmo nas Grandes Farsas
o papel já é outro e o personagem
Morto!
Papel na Grande Peça que se pode chamar Selva
Pode se chamar Morte
Composta de Ratos mortos, Fantoches, lumpens...
Lares onde Vivo é Morto, Sujo, Corrompido
Tudo como mera abstração do estabelecido
passos cambaleantes de fantoches
depositários dessa morte lenta e fria
como real profundidade daquilo que se mostra na superfície
Lamúria dessa escuridão enlouquecida
O mundo não tem mais vida
Fins que se transmutam em meios
Meios que perecem no fim
Sangue vermelho pulsante transformando os fins em meios
...
Nunca se observa as manifestações de vida!
As cenas sempre se atropelam na paralisação da peça
Na parasitação de ratos, lumpens, autômatos e fantoches
Personagens títeres dessa grande Morte
Que se pode chamar Selva
Pode-se achar ridículo
Pode-se dizer vivo
e, mesmo assim, morte inerte
E ridículo!