Canção dos Mistérios Azuis



Para resgatar as cirandas

Cobrimo-nos de novos matizes

Sob o mesmo arco-íris.

E, de repente, tudo é novo

Apenas porque velho outra vez.

É como tornar a indagar a sexualidade das sereias

Porque são ainda perenes as areias.

Fortuitos são os momentos,

A história,

Os nomes.

Nas lendas há certezas e reversos.

Construir é imponente;

Fazer é humanizar-se;

Conhecer é ser dono da vida;

Mas cantar é ser feliz.

Tenho vontade de ver o mar se afogar outra vez,

Cerrar os olhos e descansar -

- o que será o mesmo que morrer

na vastidão de naufrágios apoteóticos,

embalada na canção dos mistérios azuis.



Flávia Melo
Enviado por Flávia Melo em 03/03/2009
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