O fim

O assopro agourento da morte atingiu meus ouvidos;

Um arrepio na espinha que dilatou minhas têmporas;

Ouriçando meus cabelos em um suspense ímpar.

Ela está presente

Sinto seu cheiro de orvalho doce

Que mata aos poucos.

É fatal.

Ela me mira

O olhar funesto a me fitar,

Como se fosse o ultimo espécime vivo deste planeta.

Ela me domina

Correntes que me aprisionam os pulsos

E exterminam minhas boas lembranças.

Posso senti-la

Posso quase tocar sua alva pele fria

O anjo da morte.

Tomou-me o ar em meu peito já rarefeito.

Serafim do juízo final

Provim do desconhecido e rumo a ele falece minha carne.

Sombrio querubim

Enegrecido pelas almas convalescentes;

Leve-me contigo

Para que tamanha beleza enfim me possua.

A rigidez toma conta de minha coluna;

Parte de mim já não mais reage.

Tocada pela morte, aqui estou.

Minha alma farta agora se dispersa

E o repouso perene me aguarda

Em um futuro breve e presente.

Madcelloph
Enviado por Madcelloph em 17/02/2009
Código do texto: T1444616
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