O fim
O assopro agourento da morte atingiu meus ouvidos;
Um arrepio na espinha que dilatou minhas têmporas;
Ouriçando meus cabelos em um suspense ímpar.
Ela está presente
Sinto seu cheiro de orvalho doce
Que mata aos poucos.
É fatal.
Ela me mira
O olhar funesto a me fitar,
Como se fosse o ultimo espécime vivo deste planeta.
Ela me domina
Correntes que me aprisionam os pulsos
E exterminam minhas boas lembranças.
Posso senti-la
Posso quase tocar sua alva pele fria
O anjo da morte.
Tomou-me o ar em meu peito já rarefeito.
Serafim do juízo final
Provim do desconhecido e rumo a ele falece minha carne.
Sombrio querubim
Enegrecido pelas almas convalescentes;
Leve-me contigo
Para que tamanha beleza enfim me possua.
A rigidez toma conta de minha coluna;
Parte de mim já não mais reage.
Tocada pela morte, aqui estou.
Minha alma farta agora se dispersa
E o repouso perene me aguarda
Em um futuro breve e presente.