ENQUANTO HOUVER VIDA
O que é, mesmo, a vida de um poeta?
A que fim vive ele, pois?
Ficaria feliz se o soubesse.
Porque a busca do instante é essa,
e eu procuro desvendar
o significado da vida de
um homem que se contenta
em escrever.
Como um homem pode
viver de sonhos,
de ilusões,
de mágoas,
de... amor?
Não compreendo.
Mas, afinal, o que,
na vida,
é feito para se compreender?
Porque o que se compreende
não nos interessa.
O que nos atrai
e nos comove
é o céu sobre nossa
cabeça,
é a mente e o coração,
o amor...
cousas essas incompreensíveis
e reais.
Sempre digo que tudo neste
mundo é incógnito e ininteligível.
A água quando está turva,
o trovão que só vem quando o raio
se apagou.
A vida que nos intriga,
que nunca tem fim
em nosso entendimento.
Tudo isso é imcopreensível
e fascinante.
Agora, o que faz um homem
se sentir feliz com poesias?
Como se borboletas
lhe viessem pairar
sobre sua cabeça
iluminada?
O que é, diga-me,
porque não me aguento
mais.
Eu quero saber o que é que
Mexe tanto em mim
e me faz tanto escrever
e sonhar
e chorar
e rir.
Queria saber o que é
que me dá mais prazer
que me alegra mais que tudo
nesta vida.
Porquanto, faço juras de que,
até o final da minha incompreensível
e confusa vida,
nunca jamais deixarei de poetizar
a vida toda...
eternamente.
Amém.