LAMENTAÇÕES...
A praça, com ondas de laranjas,
acolhe surubins mortos.
Não há festas.
Tudo é silêncio!
Lá distante, as bocas da serra esbravejam,
o velho Rio, com lágrimas e cruzes, segue,
arrasta consigo os mistérios de Sambaíba.
Tudo é silêncio!
Não importam as lâminas rasgando almas,
as jangadas de pedintes às portas da catedral,
ou os cavalos morrendo fatigados.
Tudo é silêncio!
No centro, um cemitério das verdades.
Da redezinha fedorenta, ele canta infeliz,
bebe, fiel, as pedras ensinadas pelos urubus.
Tudo é silêncio!