Desconcerto

No espaço ao lado

A vida se espreme sem partes

Condensada dilata

Veias, velhos conceitos

Imaginados mortos

Na garganta que mora ao lado

Sem dó ou piedade a língua

É afiada e rasga o verbo

Vomitando impropérios

Tirados do baú dos horrores

Os olhos lancinantes por detrás do muro

Dão murros nas pontas das facas

Sem cortes, sem censuras, sem limites

Corretivo insano não amansa, espanta

Pisoteia vínculos fortalece vãos

Fatalidade que não é destino é desatino

É rolo, enrosco em nó

No desconcerto a ilógica das questões

No descompasso o impensável é fato

As razões são poças de águas sujas e só