Roda viva

…fui chuva forte, pé d’água,

sou por do sol transcendente,

vou e volto com a lua,

ás vezes sou capicua

com loucura permanente.

Já fui homem, sou criança,

pela manhã corro o mundo,

de tarde agarro a esperança,

à noite só penso em vingança,

o ódio é mais que profundo.

E não fora a madrugada

já teria estoirado,

durmo sobre a caminhada,

descanso enquanto a minha fada

me alivia o costado.

Acordo na relva viçosa

do colo do seu jardim,

delicada a mariposa

sobrevoa bem charmosa

o seu rosto de setim.

O que vier… se verá,

cá estarei de peito aberto,

aqui, ali e acolá

o coração sabe ao certo

se a atitude é boa ou má.

Gaspar Silva
Enviado por Gaspar Silva em 02/02/2009
Reeditado em 07/03/2009
Código do texto: T1417537