Natimorto

Nasci assaltado

Nasci poeta

De mãos para o alto

Que é a direção para onde sei versejar

Passo a vida em depoimentos

No umbral do cabimento de me fazer desentender

Sou tão inocente quanto quem me acusa

De como ferro-gusa

Fazer liga com o peso do escrever

Me vêem como se vivo estivesse

Até cumprimento com menção de cavalheiro

O que é viver se não pastorear o rebanho das letras

Ao encontro das frases que como fantasma

Assusta a quem não me quer ler?

Linhas do tempo necrológico

Faz-me inútil ao esquecer

Que sou peça de engrenagem

De fora passo a me ver

leandro Soriano
Enviado por leandro Soriano em 18/04/2006
Código do texto: T141381