Natimorto
Nasci assaltado
Nasci poeta
De mãos para o alto
Que é a direção para onde sei versejar
Passo a vida em depoimentos
No umbral do cabimento de me fazer desentender
Sou tão inocente quanto quem me acusa
De como ferro-gusa
Fazer liga com o peso do escrever
Me vêem como se vivo estivesse
Até cumprimento com menção de cavalheiro
O que é viver se não pastorear o rebanho das letras
Ao encontro das frases que como fantasma
Assusta a quem não me quer ler?
Linhas do tempo necrológico
Faz-me inútil ao esquecer
Que sou peça de engrenagem
De fora passo a me ver