VERSO CALADO...

em minha boca de mil dentes,

verso calado

que me atormenta a mente.

Esse verso me machuca,

dói em minha cuca, “nauseabunda”.

A noite é que a dor maltrata,

se alastra, não passa!

Sobe em meu cérebro e me devassa!

Dia desses, paciência eu perdi; procurei um dentista e lhe pedi:

“Arranca este verso que mora aqui, sem discutir!”

O dentista, com seus dedos macios,

arrancou-me o verso,

e meio controverso, disse-me assim:

“Tolice arrancar um verso que poderia ser recuperado e tratado.”

Não lhe dei ouvidos

e dormi em paz naquela noite...

Sem o verso cariado que me envenenava o trato

e me deixava debilitada.

MIRAH
Enviado por MIRAH em 28/01/2009
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