O Poeta Sonha
O sol se esvai lentamente, no horizonte
E na terra, o poeta sonha.
A alma do poeta voa.
E sob o sol, com brilho a extinguir-se,
Sonha o poeta os seus sonhos,
Canta o seu canto
E inquieto, quer também
Esvair-se.
O sol a escorrer, por detrás da colina,
Despede-se,
E, com ele, segue a alma do poeta,
A escorregar por entre lembranças,
Mergulhado no infinito,
Em busca de si
E do seu mundo.
Fantasmas esquecidos a vagarem
Por entre sonhos perdidos,
Saudades e lembranças,
tristeza e solidão,
Erguendo-se, lado a lado,
Vagueiam no espaço do poeta.
Alando-se para o pasado,
firmando-se num presente,
Parte para um futuro quase sem existência.
Pernoita ora aqui, ora ali,
um poético coração,
Num mundo de puro silêncio,
De eterna solidão.