O Poeta Sonha

O sol se esvai lentamente, no horizonte

E na terra, o poeta sonha.

A alma do poeta voa.

E sob o sol, com brilho a extinguir-se,

Sonha o poeta os seus sonhos,

Canta o seu canto

E inquieto, quer também

Esvair-se.

O sol a escorrer, por detrás da colina,

Despede-se,

E, com ele, segue a alma do poeta,

A escorregar por entre lembranças,

Mergulhado no infinito,

Em busca de si

E do seu mundo.

Fantasmas esquecidos a vagarem

Por entre sonhos perdidos,

Saudades e lembranças,

tristeza e solidão,

Erguendo-se, lado a lado,

Vagueiam no espaço do poeta.

Alando-se para o pasado,

firmando-se num presente,

Parte para um futuro quase sem existência.

Pernoita ora aqui, ora ali,

um poético coração,

Num mundo de puro silêncio,

De eterna solidão.

Otelice Soares
Enviado por Otelice Soares em 22/01/2009
Reeditado em 22/01/2009
Código do texto: T1398742