Nós
Não somos Tágides -
Somos fêmeas.
Nem ávidas, nem pequenas,
Irresistivelmente humana somos.
Não vivemos em bosques perdidos,
Mas inventamos o sonhar.
Sangramos sem ferida: vida.
Em nossos braços
Repousam todos os cansaços.
As dores morrem
Em nosso afago.
Brincamos com a eternidade porque parimos:
Aí o tempo não nos magoa mais.
Repetimo-nos e repetimo-nos
Sempre abrindo portas
Ao silêncio,
à faina,
à dor,
à festa.
No horizonte, habitam os nossos limites,
Mas só quem tem doçura nos olhos
Consagra a nossa presença.