Rumos
escolho espinhos
a rosas sem ardor
escolho raios do que mormaço
à intensidade de desejar o inusitado
escolho o nada
à profusão do sempre igual
escolho conhecer a dor de existir
a gotas cotidianas de anestésicos
escolho o vôo rasante no subsolo
ao que o vôo de passarinhos engaiolados
escolho aquilo que não sei
e que me falta
de algum lugar
que desconheço em minhas entranhas
aquilo que faz de mim
a lacuna solitária
de um deserto em nômade expressão