O FIM DO DIA TUPINIQUIM

As palavras não saem

Os punhos se fecham

A mente se comprime

Trancando as idéias

Em um cadeado

Cuja chave esta petrificada em meu coração

O mundo em um segundo

Gira num silencio profundo

Revelando-me todas as imagens

E sentimentos que num momento

De puro medo trancafiei

Nas profundezas mais temerosas e

Assombrosas que minha mente podia suportar

Neste momento os olhos

Não mais conseguem repassar

Ao cérebro o que é real

E o que era imaginário

Fazendo-me delirar

Um feixe de luz de maneira repentina

Atravessa meus olhos, clareando

Um pouco minhas idéias

Apartir daí reajo

E o que antes era escuridão

Transforma-se em gestos e palavras

Sem concatenar, as palavras vão saindo

Perco as rédeas do limitado

Frases são formadas

Sentimentos são mostrados

Em sua forma lapidada, porém pouco utilizada

O coração aos poucos vai eclodindo

O sangue passa a fluir de forma desigual

Tornando o momento ainda mais irreal

Aos poucos a chave que fecha o cadeado

Vai surgindo

Chega o tão esperado momento

O cadeado agora aberto

Caí ao chão, quebrando-se

As palavras então guardadas

Começam a florar

Impacientemente, porém consciente

Despejo-as sem nenhuma ordem, nem sentido

Porém com muito poder de persuasão

Até que num momento de fraquejo

Calo-me

Olho ao meu redor

Nos olhos das pessoas

E como num ato de agonia

Sirvo-me de piedade, e procuro refugio

Mais neste momento

Nenhuma mão vejo estendida

Começo então a me contorcer internamente

Procurando o mais rapidamente

Um salvamento aparente

Caio no chão

Olho à minha frente

Vejo apensas meu coração

Que se vai para nunca mais

Voltar para mim.

Igor Magalhães
Enviado por Igor Magalhães em 18/01/2009
Código do texto: T1391613
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