A arte das pessoas
Diante delas me sinto pequeno
Às vezes, mesquinho
Noutras, cheio de veneno
As comparações surgem automaticamente
Como inveja compulsiva
Que rechaço inutilmente
Arde-me a amargura do também não ter
Para quê, não sei.
...Se nelas é que fica bem
Mas esses sentimentos não embotam o encanto
Que me vai tomando
Fazendo-me sorrir, pensar ou estimular um pranto
E quando, em segundos, escapo aos meus demônios
Vivo pleno o gozo
Nos textos daqueles fenômenos
Vivo as cores e formas das quantos me tocam
Entristeço quando não consigo “ver”
Sei que as harmonias sonoras muito mais comportam
Mais do quanto Deus fez merecer
Sigo então numa espécie de síndrome
Parecendo um raio inconseqüente a escrever
Pressinto ser talvez um papagaio
Um reflexo pálido que replica parte do que vê