POETANDO 17
À beira do riacho,
num inútil Silêncio,
Eupedras e fogueiras d’águas nos fundimos.
Taquaruçumente, lambuzo-me deste Céu secreto.
Não busco caminhos, nem sol, nem máscaras.
Devagar, fecho os olhos e sinto na Alma sons do Amor.
À beira do riacho,
num inútil Silêncio,
Eupedras e fogueiras d’águas nos fundimos.
No ritmo da Queda me embriago.
Não invejo o Tâmisa ou qualquer lençol de Arco-Íris.
O momento, virgem instante, canta junto com as Pedras.
À beira do riacho,
num inútil Silêncio,
Eupedras e fogueiras d’águas nos fundimos.
Derrete-se todo o meu Espírito na força do Mistério.
Correntes em Jardins higiênicos onde baila aguiazinha Azul,
quisera, ali, adormecer sem amanhã, molhando-me com teu alento.
À beira do riacho,
num inútil Silêncio,
Eupedras e fogueiras d’águas nos fundimos.
Taquaruçumente, lambuzo-me deste Céu secreto.