DEIXA COMO ESTÁ

Foi ela quem disse não saber do próprio destino.

Talvez, por isso ceda tanto a tantos.

E eu, que descobri na solidão tantos caminhos,

desencontrando-me no calor de tantos ninhos,

perco a noção e entrego-me ao desatino.

O álcool e os cigarros seriam o remédio.

Passadas as horas em que não sei mesmo o que fazer.

Cometo erros por buscar o sonho perfeito,

sem querer saber sobre o que é ou não direito,

lutando como posso contra esse tédio.

Se escrevo, logo recebo as piores censuras.

O meu lirismo é por vezes enxovalhado.

Meus sentimentos são desprezados, à revelia,

a porta que me batem na cara é a que abria,

remetendo o meu viver às amarguras...

Escuras as horas, claro o caminho.

A viver sem ter alguém totalmente,

é melhor continuar sozinho.

COSTARELLI
Enviado por COSTARELLI em 15/01/2009
Reeditado em 07/06/2013
Código do texto: T1385505
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