DEIXA COMO ESTÁ
Foi ela quem disse não saber do próprio destino.
Talvez, por isso ceda tanto a tantos.
E eu, que descobri na solidão tantos caminhos,
desencontrando-me no calor de tantos ninhos,
perco a noção e entrego-me ao desatino.
O álcool e os cigarros seriam o remédio.
Passadas as horas em que não sei mesmo o que fazer.
Cometo erros por buscar o sonho perfeito,
sem querer saber sobre o que é ou não direito,
lutando como posso contra esse tédio.
Se escrevo, logo recebo as piores censuras.
O meu lirismo é por vezes enxovalhado.
Meus sentimentos são desprezados, à revelia,
a porta que me batem na cara é a que abria,
remetendo o meu viver às amarguras...
Escuras as horas, claro o caminho.
A viver sem ter alguém totalmente,
é melhor continuar sozinho.