Arte Poética (Metalinguagem)

O poema deve ser palpável e revelador

Como uma maçã.

Natural como um velho anel no anular,

Modesto como uma pedra no quintal sob a janela

Onde o musgo já cresceu.

O poema está sempre pousado no tempo

Enquanto a lua se eleva

E deixa lembranças, como a natureza que libera,

Galho por galho, as sombras da noite emaranhadas nas árvores.

Compara-se também ao voo do pássaro que, atrás dos suspiros

de inverno,memória por memória, refaz o espírito.

Mas o poema é igual apenas a si mesmo:

Para toda história de mágoa,

É a porta vazia, ou a próxima esquina;

Para o amor, a paisagem de capim reclinado ao vento,

O horizonte,

Ou as luzes de um olhar.

O poema não significa nada. Ele é.

Nasce do mistério, assim como nasce a vida.

Flávia Melo
Enviado por Flávia Melo em 08/01/2009
Código do texto: T1374710
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