Ser sincero
A onde anda a sinceridade?
A que vem do íntimo
Sem censura e sem maldade
Que se fez do âmago das emoções
Sem os enfeites subversivos das dissimulações?
Por que tantos se perdem nas palavras?
De intenções nem sempre tão torpes
Mas perfeitamente arrumadas?
Será pela troca esperada?
Pela barganha das carências projetadas?
Quando o eu mais puro se apresenta
Sem a mácula das distorções que o atormenta?
Se sem dor alguma é indolente,
Se com opulência é prepotente,
Se com equilíbrio é indiferente?
O que é que se fez da espontaneidade?
Amiga próxima dessa tal verdade
Que a má fama dos impulsos expulsou
Que a pseudo-educação astuta atrofiou
E que o convívio em seu nome institucionalizou?