Sombras
A necessidade de caminhar
De fazer meu momento
Nas estradas soltas
E cultivar a solenidade do corpo
Para iludir minha forma
Na transformação da beleza.
É assim que fica o meu inconsciente
Alerta no tear do lugarejo
No sereno do sol
Não aparece minha essência
Só a violência da emoção
Dizendo a estrutura corpórea
Que aqui precisa de incremento.
No horário vespertino
Quase no por do sol
Carrego minha carcaça
Para soltar a energia acumulada
Em meio a variadas paisagens
Dosando no cérebro
A delicadeza desse movimento
Indicado pelo vento.
Na volta à noite cai
Vem com ela a luz artificial
E no meu reflexo
A semelhante estatua
Que me segue
Para somente quando meu eu
Não progredir mais a dianteira
Ficando esperando a suadeira
Encharcar meu corpo de cansaço.