NENHUMA BRAVURA

Poema baseado na linda e perturbante música “No bravery” de James Blunt

(e não há nisso)

NENHUMA BRAVURA

Há sempre uma guerra

A seguir a outra que ainda agora acabou

Porque as metralhadoras nunca podem enferrujar

E aos canhões

Fica sempre um último tiro para dar

E não há nisso

Nenhuma Bravura

Uma criança aprende mais depressa

Uma arma a disparar

Do que as primeiras letras do alfabeto

A soletrar

E não há nisso

Nenhuma Bravura

Escrevem-se depois

Livros heróicos, sobre as heróicas batalhas

Escritos com o sangue dos mortos

Impressos nas suas mortalhas

E não há nisso

Nenhuma Bravura

A fome é semeada

Ao mesmo tempo que se conseguem férteis colheitas

Para alimentar o mundo que interessa

Porque o resto alimenta-se das suas próprias maleitas

E não há nisso

Nenhuma Bravura

Um homem acaba com uma mulher

E afoga as mágoas

Num bar qualquer

E não há nisso

Nenhuma Bravura

O amor é uma eterna conquista

Que muitos alcançam

E demasiada gente desperdiça

E não vejo nisso

Nenhuma Bravura

Poema protegido pelos Direitos do Autor